quinta-feira, dezembro 11

Prêmio Senado Federal de História do Brasil

Será lançado oficialmente, nesta terça-feira, 9 de dezembro de 2008, às 20 horas, o Prêmio Senado Federal de História do Brasil, em solenidade no Teatro Nacional Cláudio Santoro, por ocasião do concerto da Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional que encerra as atividades do Ano Cultural Artur da Távola. De iniciativa do senador Tião Viana (PT-AC), o Prêmio será conferido anualmente a autores de obras que enfatizem aspectos políticos da História do Brasil e que, regularmente inscritos, tenham sido classificados nos três primeiros lugares.

O edital e o regulamento serão divulgados com a indispensável antecedência, com ampla divulgação pela imprensa e junto a instituições de ensino superior e de pesquisa. Os trabalhos serão julgados por comissão formada por historiadores de reconhecida relevância acadêmica, indicados por entidades representativas da área.

O Prêmio Senado Federal de História do Brasil quer se constituir em referência nacional e espera poder estimular a produção historiográfica brasileira. Ao consolidar a imagem de um Poder Legislativo comprometido com a educação, a cultura e a ciência do País, o Prêmio destaca, entre seus objetivos, o incentivo à investigação científica relativa à História do Brasil; a publicação e a circulação de obras de reconhecido mérito; o estímulo à renovação da vertente política da historiografia nacional, seguindo uma tendência mundial e que, no Brasil, manifesta-se em escala crescente nos cursos de mestrado e de doutorado.

Chico Mendes (1944-1988): Um ecossocialista a frente de seu tempo

Há 20 anos, Chico Mendes era assassinado; o legado do seringueiro e o seu sonho de uma sociedade que combinasse socialismo com ecologia continuam vivos

Carlos Walter Porto-Gonçalves*

Francisco Alves Mendes Filho nasceu no seringal Porto Rico no município de Xapuri em 15 de dezembro de 1944, filho de pais nordestinos que migraram para a Amazônia.

Desde os 11 anos, trabalhou como seringueiro partilhando o destino comum àquelas famílias cujos filhos em vez de irem à escola trabalham para extrair o látex.

Chico Mendes teve a fortuna de encontrar aquele que seria seu grande mestre, Fernando Euclides Távora, que não só lhe ensinou a ler e a escrever, mas o caminho que o levaria a se interessar pelos destinos do planeta e da humanidade.

Euclides Távora era um militante comunista que havia participado ativamente no levante comunista de 1935 em Fortaleza e, ainda, na Revolução de 1952 na Bolívia. Retornando ao Brasil pelo Acre, Euclides Távora vai morar em Xapuri quando se torna mestre de Chico Mendes.

Chico Mendes sempre falava com grande carinho de seu grande mentor-educador-político que nunca mais veria desde o golpe ditatorial civil-militar de 1964.

Empates
A educação passou a ser uma verdadeira obsessão de Chico Mendes, ao que ele dava um sentido político muito prático, pois, acreditava, que sabendo ler e escrever o seringueiro não mais seria roubado nas contas do barracão do patrão.


Em 1975, já militando nas Comunidades Eclesiais de Base - as Cebs - funda o primeiro sindicato de trabalhadores rurais no Acre, em Brasiléia, junto com seu amigo Wilson Pinheiro.

Em março de 1976, organiza junto com seus companheiros, o primeiro Empate no Seringal Carmen. O Empate consistia na reunião de homens, mulheres e crianças, sob a liderança dos sindicatos, para impedir o desmatamento da floresta, prática que se tornaria emblemática da luta dos seringueiros.

Nos Empates, alertavam os "peões" a serviço dos fazendeiros de gado, geralmente de fora do Acre, que a derrubada da mata significava a expulsão de famílias de trabalhadores; convidava-os a se associar à sua luta oferecendo "colocações" e "estradas"de seringa para trabalhar e, firmes, expulsava-os dos seus acampamentos de destruição impedindo seu trabalho de derrubada da floresta.

Os Empates tiveram um papel decisivo na consolidação da identidade dos seringueiros, e essa forma de resistência acabou por chamar a atenção de todo o Brasil, sobretudo após o assassinato de seu amigo Wilson Pinheiro, em 21 de julho de 1980.

Chico Mendes insistiu com os Empates mobilizando os seringueiros, mesmo depois que as autoridades governamentais, diante da repercussão da resistência dos seringueiros, começaram a fazer projetos de colonização.

Armadilha
Chico Mendes, desde então, mostraria uma lúcida compreensão do significado daquela estratégia governamental que, inclusive, encontrava eco entre militantes sindicais, recusando-a posto que levaria o seringueiro a deixar de ser seringueiro ao torná-lo um colono-agricultor confinado a 50 ou 100 hectares de terra.


Chico Mendes valorizava o modo de vida seringueiro que usava uma restrita pequena parcela de terra junto à casa para fazer seu roçado e criar pequenos animais e fazia a coleta de frutos e resinas da floresta. Para os seringueiros o objeto de trabalho não é a terra e, sim, a mata, a floresta. Assim, mais que hectare de terra Chico Mendes e os seringueiros lutavam pela floresta, e foi essa firme convicção que o levou a gozar de apoio dos seus pares e aproximá-lo dos ecologistas, o que fazia com desconfiança, como não se cansou de manifestar a amigos.

Como comunista, Chico Mendes desconfiava não só dos ecologistas como também de uma série de movimentos sociais que começavam a se destacar naqueles anos (mulheres, negros, homossexuais) que, acreditava, dividiam a luta dos trabalhadores.

Todavia, como homem prático e com grande capacidade de subordinar os princípios à vida sem perder o sentido da sua luta, Chico Mendes percebeu que os ecologistas ao defenderem a floresta eram aliados importantes da luta dos seringueiros na prática, além de permitirem que os seringueiros saíssem do isolamento a que estavam confinados.

Aliados
Os ecologistas, por seu lado, reconheceram a importância da luta dos seringueiros e dos seus Empates na preservação da floresta. Dessa aliança, Chico Mendes formulou um princípio que caracterizaria sua filosofia "Não há defesa da floresta sem os povos da floresta" que bem pode ser estendido a outras situações de defesa da natureza.


Chico Mendes percebeu que a luta dos seringueiros era uma luta de interesse da humanidade e, pouco a pouco, vai firmando a convicção de que além da exploração dos trabalhadores, o capitalismo tinha uma voraz força destrutiva que havia de ser combatida.

Assim, Chico Mendes vai se tornar um dos maiores próceres do ecossocialismo pela junção da luta contra a devastação com a luta contra a exploração e o capitalismo. Enfim, desenvolvia uma fina percepção holística, recusando tanto um sindicalismo como um ecologismo restrito.

Em 1984 num encontro nacional de trabalhadores rurais, Chico Mendes defende uma ousada proposta para a época, a de que a reforma agrária deveria respeitar os contextos sociais e culturais específicos e, um ano depois, ao fundar o Conselho Nacional dos Seringueiros em Brasília, já desenvolve junto com seus companheiros a proposta de Reserva Extrativista, uma verdadeira revolução no conceito de unidade de conservação ambiental que, pela primeira vez, não mais separa o homem da natureza como até então se fazia.

Costumava dizer que a Reserva Extrativista era a reforma agrária dos seringueiros. A Reserva Extrativista consagra todos os princípios ideológicos que Chico Mendes propugnava posto que, ao mesmo tempo, que cada família detinha a prerrogativa de usufruto da sua colocação com sua casa e com suas estradas de seringa, a terra e a floresta eram de uso comum, podendo mesmo cada um caçar e coletar nos espaços entre as estradas de cada família, idéia comunitária inspirada nas reservas indígenas.

Segundo assassinato
Desde então, Chico Mendes se empenha, junto com seu amigo Ailton Krenak, na construção da Aliança dos Povos da Floresta unindo indígenas e seringueiros invertendo a história de massacres que até então protagonizaram instigados pelas grandes casas aviadoras e seringalistas do complexo de exploração de borracha.


Aqui, também, o profundo sentido humanístico não-antropocêntrico da ideologia de Chico Mendes ganhava sentido prático. Registre-se que a proposta da Reserva Extrativista contemplava, ainda, uma inovadora relação da sociedade com o Estado, na medida em que embora a propriedade formal da reserva extrativista seja do Estado, no caso, do então Ibama, a gestão da mesma é de responsabilidade da própria comunidade, cabendo ao órgão público supervisionar o cumprimento do contrato de concessão de direito de uso que, nesse sentido, é o pacto que se estabelece entre o Estado e os seringueiros. Ou seja, o notório saber dos seringueiros se torna o elemento-chave da concessão do direito de uso que o Estado confere a eles.

Esse princípio viria a ser violentado no Sistema Nacional de Unidades de Conservação, aprovado no ano 2000 que, assim, deve ser considerado rigorosamente como o segundo assassinato de Chico Mendes, pois desconsidera o saber das populações tradicionais como a base de todo o direito que têm aos seus territórios ao preconizar que todo plano de manejo deve ser feito por técnicos. Temos aqui um belo exemplo da colonialidade do saber e do poder que, assim, desperdiça a riqueza da experiência humana materializada em múltiplas formas de conhecimento que a humanidade na sua diversidade inventou.

Em toda sua vida, Chico Mendes jamais deixou de se dedicar à construção de instrumentos de lutas sociais e políticas, tendo sido dirigente nacional da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e do Partido dos Trabalhadores (PT), assim como do Conselho Nacional dos Seringueiros.

Socialismo com ecologia
O legado político e moral de Chico Mendes é enorme e pode ser visto tanto pelos intelectuais que reconhecem a originalidade de suas idéias e práticas políticas, como pelos políticos que, tanto no seu Estado como no país, têm seus cargos de vereador(a), deputada(o), governador, senador(a) e ministra(o) associados às lutas que protagonizou, embora devamos reconhecer que alguns de seus companheiros no Acre prefiram falar de "governo da floresta" e não governo dos povos da floresta.


Tanto no Brasil como no mundo seu trabalho foi reconhecido: em 1987, recebe, em Londres, o Prêmio Global 500 da ONU e, em Nova York, a Medalha da Sociedade para Um Mundo Melhor, Já em 1988, foi condecorado com o título de Cidadão Honorário da cidade do Rio de Janeiro.

Sua enorme crença na capacidade humana de superar as contradições do mundo que vive se organizando social e politicamente foi capaz de inspirar todo um conjunto de idéias e práticas hoje em curso no mundo que vê a natureza, com sua produtividade e capacidade de auto-organização (neguentropia), e a criatividade humana na sua diversidade cultural como bases de uma racionalidade ambiental (Enrique Leff) ou, como ele gostava de chamar, de uma sociedade que combinasse socialismo com ecologia.

Em 22 de dezembro de 1988, assassinos ligados à UDR (União Democrática Ruralista) pensaram calar com uma bala essa voz cuja força, tal como uma poronga, continua iluminando caminhos.

Para entender
Poronga - Instrumento que os seringueiros carregam sobre a cabeça para iluminar os caminhos na mata quando saem, ainda de noite, para trabalhar. Chico Mendes chamou de "poronga" a cartilha que alfabetizava os seringueiros.



* Carlos Walter Porto-Gonçalves é doutor em Geografia. Professor do Programa de Pós-graduação em Geografia da Universidade Federal Fluminense. Pesquisador do CNPq e do Grupo Hegemonia e Emancipações do Clacso. Ganhador do Prêmio Casa de las Américas 2008 de Literatura Brasileira. Ex-Presidente da Associação dos Geógrafos Brasileiros (1998-2000).

segunda-feira, dezembro 8

Festa na Casa!

Divulgação adiada!

Aos inscritos no XXV Simpósio Nacional de História:

Pendências quanto ao pagamento de inscrições e quitação de anuidades nos obrigaram a transferir a data de divulgação dos Simpósios Temáticos e Mini-Cursos.

Nova data de divulgação: 12 de dezembro de 2008.

Solicitamos IMEDIATA regularização de sua situação para não comprometer o cronograma do XXV Simpósio Nacional de História.

Para obter mais informações, visite nosso site.

segunda-feira, dezembro 1

Memória Viva

A Casa da Anpuh realiza esta semana o encontro Memória Viva - 40 anos do AI-5 em debate. A roda de conversa contará com a participação dos pesquisadores Ana Rita, Edmilson Jr., Nilton Almeida e Viviane Prado, além de presos políticos da época e familiares de presos já falecidos.

A roda de conversa acontecerá dia 4 de dezembro, quinta-feira, a partir das 9h30m, no Auditório da História, na área II do Centro de Humanidades da UFC.

A gente se encontra na Casa!


A Casa da Anpuh convida todos os seus amigos e associados para a confraternização do fim do ano. Dia 12 de dezembro, a partir das 17h30m, nos encontraremos na Casa, já tão nossa, para celebrar e estar na companhia dos amigos.

Durante a festa, enfeitaremos nossa árvore com Frutos Poéticos. Traga seu poema favorito e nos ajude a tornar a árvore da Anpuh mais bonita.

terça-feira, novembro 18



 O 1º SIMPÓSIO 200 ANOS DE HISTÓRIA DE MÍDIA NO NORDESTE tem como objetivo promover um amplo debate acerca do papel da mídia na constituição histórica da região Nordeste. O Simpósio - que reunirá importantes pesquisadores do campo da história da mídia do país - inicia um projeto de implantação do Núcleo de História da Mídia do Nordeste, que pretende contribuir com o aprofundamento da reflexão sobre o tema, articulando instituições e pesquisadores envolvidos com a temática.

Os debates envolvem temáticas como: Memória, História e Mídia; Imprensa e Práticas de Poder; Os regimes de exceção e o exercício do jornalismo; Publicidade como espaço de memória e história; O Rádio e o cotidiano das cidades; Televisão, Memória e História; O cinema e a invenção do Nordeste; Biografias: entre a história e o jornalismo.

A conferência de encerramento contará com a presença do historiador inglês, Peter Burke, que abordará o tema 'O jornalismo na história', às 19 horas do dia 28 de novembro. 


Mais informações no site do evento!

sexta-feira, novembro 14

I Encontro Libertário: Anarquismo e Movimentos Sociais



De 08 a 11 de dezembro, nós da Organização Resistência Libertária (ORL) estaremos realizando em Fortaleza o I Encontro Libertário: Anarquismo e Movimentos Sociais. O Encontro contará com a participação de militantes de organizações políticas anarquistas de várias cidades do país, militantes de movimentos sociais, pesquisadores e simpatizantes. Com esta iniciativa pretendemos criar um espaço para a troca de experiências e metodologias entre aqueles que atuam no sentido da construção de idéias e formas concretas de luta anticapitalista numa perspectiva libertária.

Serão quatro dias de oficinas, debates, discussões, palestras, exposições, atividades culturais e encontros informais em torno de temas como anarquismo social, educação libertária, mídias independentes, movimentos semteto e luta pela moradia, ecologia social, movimento estudantil, organização libertária, resistência étnica, luta anticapitalista, etc.

Acreditamos que a luta anticapitalista só pode avançar de forma conseqüente e duradoura se assumir radicalidade e dimensões sociais cada vez mais amplas. Neste sentido, pensamos que o anarquismo deve colocar-se como um elemento inserido e a serviço das lutas sociais, estimulando a autonomia, a ação direta, a combatividade e a democracia direta. Esta inserção não deve buscar de forma alguma dirigir ou submeter as lutas a interesses particulares, mas contribuir para que ultrapassem as reivindicações imediatas e assumam um caráter libertário, revolucionário e de superação da sociedade capitalista.

Convidamos a todos e todas a participarem desse momento de encontro e conhecimento coletivo, e que possamos somar esforços e seguir dando passos mais longos e mais firmes no sentido de pensar e construir concretamente experiências de organização e de luta que se coloquem numa perspectiva libertária e anticapitalista.

Os grandes só são grandes porque estamos de joelhos. Levantemo-nos!

Organização Resistência Libertária


Para saber mais sobre o encontro, visite o site oficial!

segunda-feira, novembro 10

Outra História - Campanha de doação de livros

*clique para ampliar*

A Casa da Anpuh começa agora a campanha Outra História de doação de livros científicos. O objetivo da campanha é trazer ao alcance de todos livros de História dos mais variados, garantindo que artigos e teses sejam disseminados e enriqueçam o mundo acadêmico. 

Se você é acadêmico de História (ou mesmo outras áreas) e tiver livros publicados seus ou de outros, doe-os à Casa da Anpuh e ajude-nos a promover uma preciosa troca de conhecimentos ao mesmo tempo em que construímos o XXV Simpósio Nacional de História! Participe! Vá a Casa da Anpuh e doe seus livros!

quinta-feira, novembro 6

João Pedro Stédile no Sindicato dos Comerciários

João Pedro Stédile estará dia 12, quarta-feira, em Fortaleza dando a palestra "Que humanidade queremos ser? Um debate anti-capitalista de enfrentamento à crise mundial." A palestra inicia-se às 19h30min no Sindicato dos Comerciários (av. Tristão Gonçalves, 803, Centro).
 

terça-feira, novembro 4

Casa da Anpuh promove novo curso, sobre os Trabalhadores na História dos EUA


A Casa da Anpuh promove um novo curso para Professores de História: "Os Trabalhadores na História Contemporânea dos EUA", ministrado pelo Professor William Mello, da Universidade de Indiana.

O curso acontecerá aos sábados e tem carga horária de 40 horas e inicia no dia 18 de Janeiro. As inscrições podem ser feitas na Casa da Anpuh a partir do dia 7 de Novembro gratuitamente.

Tiago Santana fala sobre "O Chão de Graciliano" na Casa da Anpuh

Natural de Crato, Tiago Santana abandonou Engenharia Mecânica para se dedicar à fotografia. Realizou seu primeiro trabalho, o livro «Benditos», utilizando o preto e branco para capturar a realidade do povo de Juazeiro. «O Chão de Graciliano», realizado em conjunto com Audálio Dantas, responsável pelos textos, procura retratar a atmosfera na qual viveu Graciliano Ramos e na qual suas histórias foram ambientadas.                                                                                                                                                                                                                                                                                       

Agora, como parte da homenagem aos 70 anos da mais conhecida obra de Graciliano Ramos, "Vidas Secas", e dentro da programação do VI Seminário de Pesquisa do Departamento de 
História da UFC, Tiago Santana estará na Casa da Anpuh, dia 11 de novembro, às 19h.  
 Num bate-papo informal, o autor falará de suas experiências pelos caminhos de Graciliano e da feitura de seu livro.

Apareça. Nossa Casa está de portas abertas.

quinta-feira, outubro 30

Casa da Anpuh promove curso para Professores de História

A Secretaria do XXV Simpósio Nacional de História - Casa da Anpuh promove o curso Trilhas da História - Temas e abordagens em Ensino de História do Brasil. O Curso, destinado a professores de História da rede de ensino, acontecerá entre Novembro de 2008 e Fevereiro de 2009, constituindo uma carga de 40 horas/aula. Seu objetivo é abordar, sob nova visão, tópicos importantes no ensino de História do Brasil.

São os módulos:

Saúde Pública; 
Religiosidade; 
Educação Afro-brasileira;
Patrimônio Cultural; 
Indígenas; 
Gênero; 
Espaço Urbano; 
e Trabalho. 









O curso será gratuito e as incrições acontecem na Casa da Anpuh 
(Área II do Campus do Benfica
ao lado do Bloco Didático de Biblioteconomia
Av. da Universidade, 2.700, Benfica)

Participe!




Novo site do Simpósio já está no ar!


O site do Simpósio está no ar totalmente reformulado. No endereço http://www.snh2009.anpuh.org.br, você poderá inscrever-se no XV Simpósio Nacional de História, além de conhecer mais sobre a Casa da Anpuh, a Anpuh Nacional e a cidade onde acontecerá o evento- Fortaleza.

As incrições estão abertas para proposição de Simpósios Temáticos e Mini-cursos até o dia 8 de Novembro

A Casa prossegue...

A Casa da Anpuh segue com suas atividades. Aí ao lado está uma foto das oficinas do dia 18 de Outubro. Muita gente apareceu para oferecer as mãos (às vezes ainda pequenas) e a vontade de trabalhar para construirmos o Simpósio Nacional!

E a Casa não pára! Em Novembro, teremos palestras, oficinas e cursos na casa, além de estarmos também na Bienal do Livro! Fique atento ao blog e à comunidade do Orkut, além do site oficial do Simpósio, http://www.snh2009.anpuh.org.

  

sexta-feira, outubro 10

LANÇAMENTO HOJE!

Vídeo promocional do lançamento do livro "Bolívia Jakaskiwa", do jornalista e escritor Raimundo Caruso- que acontece hoje, às 18:30h, na Casa da Anpuh. 

quinta-feira, outubro 9

A Casa na Imprensa!

Saiu hoje no Diario do Nordeste uma entrevista com Raimundo Caruso, autor do livro "Bolívia  Jakaskiwa", que será lançado amanhã, 10 de outubro, na Casa da Anpuh!

Abaixo, segue a matéria:

ENTREVISTA RAIMUNDO CARUSO

Bolívia: identidade e desafiosImprimirEnviaAumentarDiminuir

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Raimundo Caruso: a resistência da cultura boliviana em pleno século XXI registrada no livro ´Bolívia jakashiwa´

O jornalista, historiador e escritor Raimundo Caruso lança amanhã, o livro “Bolívia jakaskiwa”, que, em um de seus dialetos nativos, significa “Bolívia Está Viva”. Uma Bolívia com 10 milhões de habitantes, 70% indígenas e em situação miserável. A obra foi escrita junto à sua esposa, a geógrafa Mariléa Caruso, com quem Raimundo percorreu o país governado por Evo Morale durante o mês de janeiro, entrevistando mais de 30 pessoas. Confira trechos da entrevista que Raimundo Caruso concedeu ao Diário


Bastante criticada pela imprensa, a Bolívia experimenta um momento de afirmação de sua identidade étnica e histórica. O que representa o governo de Evo Morales para o povo boliviano e para o mundo?


Durante 500 anos a população originária boliviana, derrotada na guerra da conquista espanhola a partir de 1530, foi submetida a trabalhos forçados, sem direito a salário, e enquadrada num esquema de domínio racista que procurou, desde o princípio, diminuí-la, humilhá-la, e fazê-la parecer inferior. Assim, até a revolução popular de 1952, o indígena boliviano não votava e estava proibido de freqüentar escolas. E quando um latifundiário vendia uma fazenda, ele costumava relacionar como bens e como valores tantas cabeças de gado, tantas árvores e tantos indígenas, que eram a mão-de-obra desumanizada que botava a economia rural em movimento. Neste sentido, a presença e a visibilidade de Evo Morales como presidente da Bolívia, o cargo mais importante, mais complexo e mais difícil do País, está mostrando à população indígena, seja ela aymara, guarani ou quechua, que ela não é inferior, que eles são iguais aos brancos, apenas que mais democráticos, mais honestos e mais sábios.


O senhor e sua esposa estiveram junto aos bolivianos em janeiro. Por que o interesse em escrever sobre a Bolívia? Quais foram as maiores surpresas de seus encontros que resultaram em ´Bolívia Está Viva´?


Mariléa Caruso e eu estivemos na Bolívia em janeiro passado, com o claro objetivo de escrever um livro abrangente sobre o país. Para nós era evidente que algo novo estava acontecendo na Bolívia, só que não sabíamos precisamente o quê e com qual profundidade. Então viajamos para La Paz e o interior do país. Esse tipo de trabalho não é novidade para nós, que já produzimos livros sobre a Amazônia, a Nicarágua e até uma longa pesquisa sobre os jangadeiros nordestinos. Então, em vinte dias úteis realizamos trinta entrevistas gravadas com historiadores, líderes indígenas, professores universitários, filósofos e economistas, produzindo um amplo panorama da política e da sociedade da Bolívia contemporânea. Sem falsa modéstia, acredito que nem na Bolívia eles conseguiram produzir uma pesquisa tão atual e tão abrangente.


Fala-se em revolta das províncias do oriente boliviano, historicamente ligadas à elite. Até em plebiscito por sua emancipação. Como estava a situação quando vocês visitaram o país e como está agora? Há possibilidade de golpes desencadeados pela inteligência norte-americana?


Antes de mais nada é bom lembrar que mais de 70% da população é indígena, um conjunto de povos que teve e ainda tem uma sofisticada agricultura e uma complexa organização social. Sua visão de mundo é comunitária, articulada com a natureza, e não individualista, que vê no lucro o supremo bem social. Por outro lado, os latifundiários e os grandes pecuaristas de Santa Cruz, muitos ocupando propriedades ilegais, com a eleição de Evo Morales, perderam uma série de privilégios econômicos, e também passaram a temer a reforma agrária. Ideologicamente, se recusam a ser governados pela maioria histórica do País, e que até ontem era considerada como povos inferiores. Já o embaixador norte-americano Philip Goldberg, expulso por Evo Morales, era um ativo aliado da direita de Santa Cruz e um notório agente desestabilizador do país. No entanto, apesar de todas as provocações da oligarquia de Santa Cruz - que ocupou aeroportos, bloqueou estradas, explodiu gasodutos e agrediu, humilhou e assassinou indígenas desarmados - o governo de Evo Morales está absolutamente estável, não reprimiu ninguém, e não sofre nenhum risco de golpe.


Qual sua visão do avanço das esquerdas na América do Sul?


De uma maneira geral, o que se está havendo na América do Sul não é propriamente um avanço das esquerdas, mas sim um cansaço e uma impotência generalizados nos partidos políticos tradicionais. Por exemplo: na Bolívia, não há mais partidos de esquerda, nem comunista e nem socialista. O MAS, que elegeu Evo Morales, é um movimento indígena, e não um partido socialista. Quer dizer, as débeis esquerdas latinoamericanas estão apenas pegando carona, como figuras subalternas e inexpressivas, nos novos movimentos de massa, sejam indígenas ou populares em geral.

E o governo Lula, vem atuando de forma coerente com o governo boliviano?

Apesar do Lula ser um político de centro, com um pé paternalista nas populações marginalizadas e o outro nas federações de indústrias, isto é, um político que não se assemelha em quase nada com o perfil renovador de um Evo Morales, Rafael Correa (Presidente do Equador) ou Hugo Chávez, ele tem um papel contemporizador nas disputas entre as diversas nações. Inclusive entre setores da burguesia brasileira, que chegaram a exigir ações mais fortes contra os países, naturalmente, mais...fracos e débeis do continente.


O senhor acredita que o livro ajude a compreender melhor a sociedade boliviana?


Nossa intenção, realizada desde a perspectiva de um jornalismo independente, foi justamente essa: trazer informações que a grande imprensa não possui ou não quer divulgar, e colaborar na formação de uma opinião pública brasileira isenta, equilibrada e solidária com os esforços dos países mais pobres da região, na luta contra a miséria e o colonialismo.

O senhor fala em resgate de ideais de justiça comunitária e em “modernas mudanças econômicas promovidas por Evo Morales”. Até que ponto estas novas realidades estão associadas às propostas do governo Chávez? Quais as proximidades e diferenças destes projetos?

Tanto na vida de um artista como na vida das nações, sempre que se quer desqualificar ou desprestigiar qualquer iniciativa, se costuma dizer que é cópia de alguém ou de alguma coisa, que é marionete e que não tem vontade própria. Essa comparação do governo de Evo Morales com o de Chavez, da Venezuela, é bobagem. Evo Morales tem uma pauta política e social indígena, combinada, naturalmente, com os avanços modernos da ciência e da tecnologia, enquanto que Chávez fala de um socialismo à maneira ocidental. A política de Evo Morales tem uma identidade boliviana, ao passo que a política de Chávez se inspira numa ideologia européia, e essas são coisas completamente diferentes.


Quais são os maiores desafios à implantação deste projeto boliviano em um cenário de globalização do capitalismo?


O maior desafio político, cultural e civilizatório boliviano é conseguir harmonizar duas sociedades bastante diferentes, isto é, a organização social de origem indígena com as empresas e as ideologias capitalistas. É por essa razão que a nova constituição do país, a ser votada no final do ano, reconhece na Bolívia uma nação multicultural e com propriedades estatais, privadas e comunitárias.


No caso brasileiro, a principal crítica ou preocupação se refere ao fornecimento de gás. Como o senhor vê esta questão?


O fornececimento do gás boliviano ao Brasil tem dois problemas. O primeiro é o preço, que foi acertado há algumas décadas e firmado em contrato, por duas ditaduras militares, a brasileira e a boliviana. De quebra, sabe-se hoje, também houve corrupção. Por isso o preço do gás boliviano foi acertado em um quarto do valor real, de mercado. Ora, o brasileiro não é adepto das leis de mercado? Interessante, nesse caso, o governo democrático da Bolívia também é, e por isso exige um preço justo, de mercado. Nada mais natural. Já o segundo problema é a sabotagem dos gasodutos provovada pelas elites de latifundiários racistas de Santa Cruz. Nesse caso, o parque industrial brasileiro será realmente ameaçado de paralização, o que também contraria os interesses da nação boliviana, que necessita urgentemente de recursos para as suas políticas sociais e de infra-estrutura.


Debates marcam lançamento do livro


O livro ´Bolívia jakaskiwa´, de Mariléa Caruso e Raimundo Caruso, será lançado amanhã à noite em Fortaleza. Antes, Raimundo Caruso participa de debates no Auditório Castello Branco da Reitoria da UFC, às 9h30, e amanhã, às15h, no Auditório do Centro de Humanidades da Uece. Ainda amanhã, às 18h30, ele lança o livro na Casa da Anpuh (Avenida da Universidade, 2700). A programação tem o apoio do Mestrado de História Social da UFC, Mestrado Acadêmico de História da Uece, MST, Jornal Brasil de Fato, Imopec, Projeto Liga/Comunicações UFC, Casa Brasil/Cuba-CE, Associação 64/68 - Anistia, Adital.


ANÁLISE

"Bolívia Jakaskiwa"
Mariléa Caruso e Raimundo Caruso
R$ 20
294 páginas
2008
Inti Editorial 

HENRIQUE NUNES
Repórter

Sobre a Bolívia Contemporânea


Autor de "Bolívia Jakaskiwa" debate obra e governo boliviano em Fortaleza

O jornalista e escritor Raimundo Caruso lança, no próximo dia 10 de outubro, em Fortaleza, o livro "Bolívia Jakaskiwa", que trata de temas da atualidade boliviana.

O racismo na Bolívia é um dos mais violentos da América. A análise é do jornalista e diretor da editora Unisul, Raimundo Caruso, autor do livro Bolívia Jakaskiwa: mudanças políticas, povos indígenas, educação e reforma agrária. Em Fortaleza, o lançamento da obra, seguido de debate, ocorre no próximo dia 10 de outubro, às 9h30min, no auditório da Reitoria da Universidade Federal do Ceará (UFC), no Benfica.

"Bolívia Jakaskiwa" trata de temas como o resgate da economia e da justiça comunitárias, além da reforma agrária e a luta contra o racismo, e as mudanças promovidas pelo governo Evo Morales. Assim como as razões da oposição das províncias do oriente do país, como Santa Cruz, o reduto dos latifundiários e grandes pecuaristas que querem evitar a reforma agrária e se apropriar das reservas de gás e petróleo da nação. A obra, que tem participação da esposa de Raimundo Caruso, Mariléa Caruso, está sendo lançada em várias cidades brasileiras e vendida pela internet.

Os autores percorreram o país em janeiro de 2008, e entrevistaram dezenas de pessoas, entre historiadores, políticos, líderes indígenas, economistas e professores universitários. País com dez milhões de habitantes e pouco mais de um milhão de quilômetros quadrados, a Bolívia é hoje um dos mais dinâmicos centros políticos da América Latina.

Raimundo Caruso e Mariléa Caruso são autores de outros livros que falam sobre a Amazônia, Nicarágua, os Açores, República Dominicana e as aventuras dos jangadeiros nordestinos, além de romances e poemas.

"Bolívia Jakaskiwa" tem 294 páginas, custa R$ 20,00, e pode ser pedido pelo e-mail: rbolivia@gmail.com.


Datas e locais

Dia 10 de outubro
Hora: 9h30min
Local: Auditório da Reitoria da UFC


Debate com o autor e representantes de movimentos sociais
Hora: 18h30min
Local: Casa da Anpuh - Secretaria do XXV Simpósio Nacional de História.
Área II do Centro de Humanidades da UFC (depois do bloco didático de Biblioteconomia)
Avenida da Universidade, nº 2.700, Benfica


Entre em nossa comunidade e venha conhecer a nossa casa!
http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=71813637

Abrindo as Portas

E assim a casa da Anpuh abre suas portas a todos que nela queiram adentrar...

Reformada em agosto, a Casa já promoveu alguns eventos, como oficinas, bazar e o lançamento do livro do historiador Manoel Salgado, ""Estudos sobre a escrita da história", em fins de setembro. 

Mas é agora que a Casa da Anpuh começa a andar com passo firme, reforçando sua programação cultural e iniciando campanhas de doação de livros e incentivo a leitura, pronta a tornar-se o centro que almeja ser. Atualmente, contamos com uma lojinha de livros e peças decorativas e utensílios artesanais e costumizados e espaço de convivência sempre aberto. Dia 10 haverá, ainda, o lançamento do livro do jornalista e escritor Raimundo Caruso, "Bolívia Jakaskiwa". 

E ainda vem muito mais por aí. Fique atento ao blog e à comunidade no Orkut  e acompanhe nossa programação!